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Somente em 2020, Santa Maria registrou 33 incêndios em residências

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
No Natal de 2019, duas casas de madeira, no Bairro Itararé, foram consumidas pelo fogo. Incêndio teria começado após um curto-circuito em um eletrodoméstico

Nos primeiros 47 dias de 2020, o 4º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) registrou, pelo menos, 33 ocorrências de incêndio em casas e prédios residenciais em Santa Maria. No mesmo período, além desses, dois casos foram atendidos em edificações comerciais e industriais da cidade.

Conforme as informações da 4º BBM, em casas e prédios familiares, as principais causas de incêndios são a sobrecarga e o superaquecimento na rede elétrica e a fiação danificada. Somado a isso, a presença de madeira e plástico, entre outros materiais de fácil combustão, facilita o alastramento das chamas e também é um agravante.

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As causas dessas ocorrências só podem ser informadas a partir de uma perícia detalhada. No entanto, com as altas temperaturas no verão, a quantidade de registros tende a aumentar. Na natureza, a temperatura elevada e a baixa umidade do ar fazem com que campos abertos, terrenos baldios e vegetações à beira de estradas se tornem lugares propícios para a propagação do fogo.

O mais recente incêndio em residência em Santa Maria ocorreu na madrugada do último sábado, na Avenida Hélvio Basso, próximo ao Lar das Vovozinhas. Conforme o Corpo de Bombeiros, as chamas começaram após um curto-circuito em um frigobar.

Havia moradores em casa no momento em que o fogo começou, mas ninguém ficou ferido.Ainda na semana passada, na quarta-feira, uma residência foi consumida pelo fogo no Bairro Nova Santa Marta, na região oeste da cidade. Na ocasião, o Corpo de Bombeiros não conseguiu identificar os moradores do local. Ainda não há informações sobre a causa do fato.

SISTEMA ELÉTRICO

De acordo com o engenheiro eletricista Gustavo Silva da Rocha, da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), embora os equipamentos domésticos sejam causadores de incêndios, a situação é recorrente também por falta de manutenção, visto que, na maioria das vezes, já existem problemas na rede elétrica dos locais queimados.

Ou seja, ao contrário do entendimento comum, eletrodomésticos são "canais" por onde a estrutura manifesta defeitos.

- Se o disjuntor cai, é sinal de que o circuito está com sobrecarga. Trocar por um disjuntor mais potente é um erro, já que a função dele é proteger a rede e "avisar" que ela não está resistindo - explica Rocha, que é doutorando em Engenharia de Segurança de Incêndio na Universidade de Coimbra, Portugal.

Para Rocha, falta de manutenção e instalação de equipamentos não realizada por profissionais habilitados podem causar sobrecarga e, consequentemente, o superaquecimento da fiação. Nesse caso, até uma tomada frouxa pode ser um problema:

- Lidar com eletricidade é complicado. Como os defeitos demoram a aparecer, manutenção e prevenção são fundamentais. Na Europa, 30% dos incêndios são causados por sistemas elétricos. Nos Estados Unidos, 20%. No Brasil, não temos dados concretos, mas tudo indica que o principal vilão seja realmente o conjunto defeituoso de fios, tomadas e equipamentos.

O engenheiro alerta para a instalação e manutenção de condicionadores de ar, que também devem ser feitas por profissionais. Em janeiro, em Santa Maria, um jovem de 18 anos morreu em um incêndio que teria sido causado pelo mau uso de um maçarico na manutenção de um ar-condicionado. 

PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS RESIDENCIAIS 

  • Combinação de equipamentos eletrônicos em rede elétrica antiga
  • Vários aparelhos eletrônicos conectados na mesma tomada 
  • Cigarros acesos em contato com superfícies inflamáveis
  • Velas acesas em locais inadequados
  • Deixar crianças brincarem com fósforos e isqueiros
  • Aumento do número de equipamentos elétricos da residência sem a devida consultoria de um engenheiro eletricista
  • Problemas com fiações expostas a intempéries (a perda de coloração do fio é um sinal de que ele está em processo de deterioração)
  • Uso de adaptadores de flecha que não possuem certificado do Inmetro
  • Tomadas frouxas

DICAS PARA EVITAR INCÊNDIOS DOMÉSTICOS 

  • Atentar para a manutenção dos eletrodomésticos, verificando a limpeza e lubrificação de ventiladores e equipamentos de ar-condicionado
  • Se for viajar, evite deixar os disjuntores da casa ligados. O indicado é deixar o máximo possível de tomadas desconectadas, caso o morador fique longe de casa por um longo período
  • Evitar o uso de "Ts" (ou benjamin)
  • A estrutura elétrica de uma residência deve obedecer a um projeto elaborado sob responsabilidade de um engenheiro eletricista
  • Instalação de novos equipamentos, como condicionadores de ar, deve ser feita com a consultoria de um engenheiro eletricista, a fim de evitar sobrecargas no sistema
  • Não utilizar adaptadores de flechas e réguas sem certificado do Inmetro
  • Casas e prédios devem receber, periodicamente, a inspeção de um engenheiro eletricista
  • Construções com mais de 40 anos devem ter o sistema elétrico totalmente substituído para a atualização de equipamentos que, com as tecnologias do passado, são menos seguros
  • Ficar atento a tomadas que fazem qualquer tipo de barulho (ruído)

*Colaborou Rafael Favero

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